Construindo o carnaval: povo organizado.

Roberto da Matta definitivamente tem razão! E todos os partidos e instituições políticas deveriam aprender com o povo um pouquinho sobre organização!

Enquanto esperava ontem a reunião começar – que como sempre estava atrasada porque Ivaldo tinha ido buscar alguém – fiquei sentada na frente da sede conversando com seu Roberto, um dos principais articuladores da comunidade dos Coelhos. Fiquei impressionada com a quantidade de coisas com que este homem está envolvido em sua comunidade: grupo de dança, boi, maracatu, rádio comunitária. E também fiquei impressionada com a dimensão organizativa que a cultura tem proporcionado às comunidades do Recife! Sem dúvida, é um fenômeno digno de nota, demonstrando a capacidade organizativa das pessoas, principalmente quando se trata de coisas das quais elas gostam, que tocam sua identidade. Ações simples que demonstram que a capacidade de mudar, de fazer acontecer… está lá!

Tenho o maior orgulho do que fazemos em Chão de Estrelas, nos Coelhos, no Burity, em Bola na Rede, Chagas Ferreira, Ilha do Joaneiro, Capilé e tantas outras comunidades onde o Cambinda atua. Eu tenho o maior orgulho quando vejo essas pessoas discutindo como fazer o carnaval, como ajudar suas comunidades, e ao mesmo tempo ajudar as outras, e dessa forma vão criando solidariedades tão fortes, laços tão profundos e tão amorosos. Acho que definitivamente o que criamos no Cambinda não é só uma nova forma de organizar o carnaval, em que a opinião das pessoas é respeitada, em que os foruns são permanentemente consultados, mas criamos no Cambinda e através do Cambinda uma rede de sociabilidades incrível! Ontem, quando ouvia o Sr. Roberto combinando com Ninho a ida de um outro grupo, de samba, de Chão de Estrela para os Coelhos, senti orgulho do que fazermos. Isto é Cambinda Estrela!

Sobre Isabel Guillen

Professora do Departamento de História da UFPE
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